O padre italiano e seus filhos
- irenegenecco
- 25 de mai.
- 2 min de leitura
Parte V - lado paterno - tudo começou com um padre
Voltando à parte burocrática de meus nomes, cabe ressaltar que meu nome biológico correto seria Gnecco, descendência do padre que veio de Gênova para o Brasil, entrando via Tubarão, Santa Catarina, e posteriormente exercendo suas funções religiosas em Florianópolis nos idos aproximados entre 1840 e 1850. No Arquivo Público de registros de Santa Catarina e na Cúria da Catedral de Florianópolis, podem ser encontrados registros a próprio punho do Padre Giuseppe Gnecco, sobre suas atividades diárias na paróquia. Entre anotações, falava da situação caótica das pessoas moradoras, quanto à desinformação. Pobres, ignorantes, sem instrução nenhuma, as mulheres morriam de parto por tomar chá de ervas das quais não sabiam ser venenosas. Crianças e parturientes morriam como moscas, todos os dias. Eu li pessoalmente páginas com uma letra lindíssima e muito bem escritas suas descrições de trabalho diário na Paróquia. Com vistas grossas dos dirigentes da igreja católica, na época, (caso contrário nenhum padre se submeteria vir para uma selva, como era conhecido nosso país na época) ele veio para o Brasil já com uma mulher francesa, Magdalena Peixer, com quem, pelo que sei, teve 2 filhos, origem dos Gnecco no Brasil, na região sul, e do meu sobrenome biológico.
Fiz esta pesquisa, ao longo dos anos. Claro que o padre não poderia registrar seus filhos, legalizando seus nascimentos na lei civil, pois isto significaria ser banido da igreja. Esta falta de registro oficial me custou a impossibilidade de encaminhar papéis para dupla cidadania italiana, uma vez que os filhos de Magdalena Peixer com o padre tinham registros de nascimento apenas no nome da mãe. (Isto me indignou e me levou a queimar todos os documentos). Mas como era ele quem também fazia todos os procedimentos de cartório, isto se fez menos agressivo e possível, quando seus filhos ficaram adultos e se casaram. O filho que primeiro casou tinha 16 anos, e é desta linhagem a minha descendência. Ele mesmo realizou seu casamento e forneceu-lhe então a certidão, constando desta feita em seu nome o sobrenome Gnecco, garantindo à sua descendência usufruir de seu nome, e levá-lo adiante, nas gerações futuras. Soube também que ele abdicou de sua batina, pouco tempo antes de morrer.
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