Diálogos de Plantão
- irenegenecco
- 26 de jul.
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Atualizado: 27 de ago.
- Qual é a minha roupa, senhor, uma vez que és o invisível e o indizível? Onde minha eterna idade na eternidade?
- És tecido do meu sopro eterno. Quem és senão meu sopro? Mansidão e silêncio. Que seria da mansidão não fossem raios trovões e ondas imensuráveis do mar bravio?
- Sou o posto e o oposto. Encarcero a imensidão em palavras. De que lado te toco na tua toca de esferas e cilindros? Tocarei na tua sabedoria e dela me vestirei de novas vestes? És esfera, sou cilindro. Onde as paralelas para que aterrisse e possa andar? Vivo de sussurros. Onde mora o vento da tua voz? Bebo tua brisa quando sedento e exausto. Nu de voz a vós me fundo, profundo e mudo mundo. Arranco a erva do campo e dela me visto. E vestes o céu e as profundezas dos abismos com teu assopro e assopras as feridas. Supostas. Treme tudo o que tem corpo. E resta o vento. E restam minhas asas que esquecem de voar. Bebo da chuva e resgato lembranças da paz. Vivo em turbilhão. Vulcão. Teu sopro.
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