Sinto na carne a gastura da rotina
em cada dobra ruga e dia
velha moça me’nina,
onde o limite?
A roda do tempo esmigalha
a paciência a calma a ternura.
No cinza da cidade o suor
o pão a calamidade
o grande teste de sanidade
onde quem passa é herói.
Nada permanece retém detém,
onde o repouso?
Cá estou eu despida de Deus
jogada nesta Terrice
numa mesmice de dias.
Na pele o ver’me, no sangue o micróbio
na carne o gérmen da esperança
do futuro do infinito...
Que bonito!
Mas aí vem a roda do corcel,
o silvo do guarda na sinaleira
é segunda-feira.
Rói o rato a roupa do rei
a’corda a fibra do coração
o descanso o repouso corrói,
ah, como dói!
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