Dá -me de comer e de beber
Dos sons da tua Seara.
Que meus olhos ouçam
Que meus ouvidos vejam...
Que minha pele cheire
Que meu olfato
Seja um ato de contato.
Tudo é tato.
Vejo pelo tanger da luz
Sinto os dedos malháveis
Da brisa que me desliza
Pelos poros
Dentro a fora
Fora a dentro.
Não há lugar no reino de ser
Tudo é estado de ser
Consciência pulsando
Pulso e impulso
Pulsos que detém o vento.
Intentos que impulsionam
Mãos que tocam
Dedos que apontam
Dígitos.
Digito-te no meu sonho louco
E me contemplo.
Engulo a goles largos
A sofreguidão
A garganta gargalha
A largos passos que deslizam
Escorregam
Regam de prazer puro
E alegria.
O meu corpo goza
Sinfonia de afagos
Meus ouvidos bebem
Minha pele expele
Pingos e respingos
E respira o amanhecer
Da entrega sem cobrança
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