No regaço dos montes azuis
se abriga uma cidade,
e esta cidade a mim abriga.
Dentro de mim, guardo a inquietação
de domingos findos,
dizendo-me que há mais naquilo que vejo
do que posso ver.
Abraço a cidade cinza, num olhar perdido,
debruçada na janela.
Busco nos telhados velhos
uma nave brilhante,
nas ondas do rádio,
no futebol dos vizinhos,
oscilando entre parabólicas melancólicas
e ninhos.
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