Para além da minha pele tem um ninho.
Meu invólucro cósmico,
minha uterina forma onde se conforma
um corpo que nunca é o que os olhos veem,
mas entrada para um sagrado solo.
Estou sempre a ser gerada, a ser nascida,
a ser crescida e retornada para o começo.
Sempre soprada por,
guiada por,
tecida por.
Sou efeito e busco a causa.
Busco quem constrói
e quem medeia a preposição.
O meu oleiro, o meu primeiro
e o meu último suspiro,
numa terra de respiros finitos,
mares turbulentos,
onde infinito é meu barco.
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