Já nem lamento o que não foi
pois já se foi.
Lamento só porque não vi passar,
ir-se embora
pela porta do esquecer.
O que dói não é a morte
mas o peso dela que
cai sobre os que vivem.
Carregar juntos o esquife,
desarvorar a harmonia
imperturbável
do que nos parece eterno.
A vida tece suas teias
e eu, nelas, os caminhos.
Mas esqueço o vento.
O vento torce,
entorta e corta,
une,
desune e rompe.
Esqueço que sou pó.
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