As vozes noturnas me falam
que sou única
a espreitar na janela dos mundos.
O grilo corta a vidraça
com seu grito trans’lúcido,
as avencas pesam,
as samambaias pendem sob o corpo da noite,
as laranjeiras dormem,
as bananeiras sussurram contra o muro.
As plantas todas se recolhem
à consciência de raízes, só.
Dentro do meu quarto,
quatro paredes de um útero inerte,
indago até onde viajará o som,
onde será sua morada?
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