Ele fotografa o chão todos os dias,
Com seus olhos de varredor,
Com sua roupa laranja,
Com seu carrinho de folhas secas.
Não vê de fora, não sai de si,
Não chora, nem ri.
Nem possui o seu trabalho.
Vê-se formiga no formigueiro,
Anônimo, acéfalo.
Três olhos maquinais
fotografam seu suor,
begônias, bem-me-quer,
acácias e Alamandas,
e sem o menor pudor
roubam-lhe a alma.. .
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