Não sei o que acontece que me perco
e fico presa neste quarto escuro,
articulando traços com pedaços
que sobraram de uma fantasia.
Quero dizer, cristalizar, e não consigo.
Desfilam sobre o papel soldados
uniformes e disciplinados, mas vazios.
Estou cansada de agrupar palavras,
pôr e sobrepor,
aglutinar, hifenizar, infernizar!
Trabalhar com lâmina o que excede,
moldando assim o sentimento.
Se eu me livrar das palavras,
me divorciar dos pensamentos...
Aí sim serei feliz!
Ninguém sofre, sem primeiro imaginar
frase sobre frase, pedaços, reticências...
Tudo preso em ponto e vírgula,
costurado como dentes entre ganchos,
forjando a simetria de um sorriso lindo!
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