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Caminhos percorridos na busca da verdade

Atualizado: 3 de jun. de 2023


Nick Moore na Unsplash - reflexo da mão n a água

Não só de leitura vive o homem, nem a mulher. Numa primeira fase, adentrando na meditação, devorei livros. Mas a necessidade de dar vida, ou existência a estes aprendizados, me exigiu algo prático, meu, onde eu pudesse me ver e me sentir incluída, de fato, neste crescimento espiritual.

Quando falo em espírito não me refiro a nenhuma prática guiada pela teologia escolástica, ou seja, pelos dogmas criados a partir de certezas pessoais, a que chamam religião, alguns. Este religar parece às vezes ficar restrito a culturas, a crenças e a práticas um tanto vazias. No caso, são certezas que mais aprisionam do que libertam. Vestem-se de rituais ocos, ou de falsos mantras. Falsos, quando despidos de fé.

Aqui cabe uma pausa para refletir sobre a diferença entre crença e fé. Na minha compreensão, há uma significativa distância entre uma coisa e outra. Crença é mais rasa, algo mais rude, que abdica do filtro do próprio entendimento e da busca de sentido. Se dizem que um sapato emborcado traz a morte da mãe, eu nunca paro para analisar ou ver tal absurdo e incoerência. Nunca me pergunto, nunca me questiono. Simplesmente aceito como verdade algo que não passou pelo crivo do meu discernimento.


Fé já é algo mais adiante. Tipo: tenho um senso de que há algo maior do que o que se vê. O fato de não ver este senso com os olhos mortais não significa que não exista. Filosoficamente esta visão é um avanço para a abstração, para o uso da razão com que somos agraciados, por natureza. É uma certeza, embora muitas vezes inexplicável em limitadas palavras humanas, mas certeza que transcende, alimenta e traz sossego a aflições mundanas.


A escolha de abdicar de dogmas, de um saber instituído por outros, não despreza quem a isto busca e deixa-se guiar, na pureza e inocência da busca de algo melhor, para si e para o mundo. Nesta busca, ninguém é melhor, mais inteligente, mais perto da verdade ou mais longe. O que precisa passar por seleção nunca são pessoas, mas os pensamentos e os conceitos que nos aprisionam em crenças discriminatórias preconceituosas.


Nenhuma atitude pode ser transformada, se não mudarmos primeiro nosso pensamento a respeito. E para mudar pensamentos é preciso abrir a caixinha de certezas e reexaminá-las. A busca pelo melhor de nós e consequentemente do mundo supera amarras constituídas por nossos medos. É um senso de união, nunca de separatividade.


Voltando ao primeiro parágrafo, sobre minhas práticas iniciais de meditação, minha compreensão, sempre em crescimento, me levou a espaços físicos de meditação guiada. Mas isto já é outro texto...

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