Uma formiga negra
num muro caiado
ensolarado
caminha inconsciente
do muro, inconsciente
do sol, inconsciente
do acidente da minha mão.
Transpõe desatinada
os obstáculos de meus dedos
tombando nos sulcos
emaranhando-se nos pelos
e eu a contemplar-lhe
o rumo decidido.
Desce o muro
perde-se num monte
de folhas secas.
E eu a contemplar-me
no meu rumo sem sentido.
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