Hoje a tristeza anda solta,
pairando sobre o rio.
A solidão veste os coqueiros,
a multidão se engole,
resvalando quieta pelas esquinas.
Hoje a dor cai aos pingos
e vai molhando, calando o gemido nosso,
encharcando os ossos,
engasgando os gritos.
Hoje o rio se comprime diferente
entre dois prédios,
e as nuvens choram feridas
de um arranha-céu.
Hoje o soluço é mais fundo,
o porquê mais profundo
se aninha numa saudade.
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