Ao nascimento chamo chegada
à morte chamo partida.
Neste entremeio não há meio
nem chegada nem saída
tão somente acontece a vida.
Não há verbo nem há som
que me defina, verbo é ação,
tem começo meio e fim
sem pausa para esculpir
a causa de um simples ‘mim’.
É assim: um rosto duas faces
dois olhos um cheiro de jasmim.
Uma boca dois ouvidos
– idos na abstração
dos sons inimagináveis
inalcançáveis num mero corpo
que não tem tempo de gerar um SER.
É assim que aprendo ‘Estar’
num verbo amar que se esconde do ter
sem onde poder buscar
de um si mesmo se perder...
Semantics
I call birth arrival,
and death I call departure.
In this in-between there is no middle,
neither arrival nor departure,
just life happens.
There is no verb and there is no sound
that defines me, a verb is an action,
has a beginning, middle and end
no pause to carve
the cause of a simple ‘me’.
It's like this: one face, two sides,
two eyes, and a scent of jasmine.
One mouth, two ears
– gone into abstraction
of unimaginable sounds,
unattainable in a mere body,
who does not have time to generate a BEING.
This is how I learn to be,
in a verb to love, which hides from having,
without having anywhere to look for the lost self.
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