Preciso falar do arranhão
que me deforma o ser
e gritar a dor de ir lá embaixo.
Pobres músculos,
meus nervos não são de aço!
Parem de acordar o monstro,
pesada massa que em mim dormita,
apenas o seu bocejo
estremece os alicerces.
Pra mim chega dormir placidamente,
engordar tranquilamente,
entupir os poros de preguiça.
O fio do pensamento me corta ao meio,
atora a unidade,
e mutilado brinco de equilíbrio.
Tecidos rompidos,
sangue brotando da dor
de não saber gritar,
falo, porque é um consolo
saber que me ouves
da tua poça de lágrimas.
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